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Depressão

Márcio Antônio Altilio Moreira

Psicólogo - CRP 04/13451

Objetivo

Nosso objetivo é fornecer algum conhecimento para o leigo identificar e poder lidar consigo mesmo e com as pessoas depressivas, bem como apresentar possíveis causas e as possibilidades de um tratamento efetivo.

 

Definição

A Depressão Maior ou simplesmente Depressão é um transtorno do humor. A depressão é causada por fatores internos (nível rebaixado de neurotransmissores (noradrenalina, dopamina e serotonina), bem como por influências ambientais, sociais e psicológicas. São diversos os sintomas e podem levar ao suicídio em casos mais graves. Normalmente os que sofrem de depressão se sentem incompreendidos pelos familiares, se sentem desamparados e sem esperança num futuro. Como nada é visível para os familiares, estes podem considerar que o parente está é de malandragem, que é preguiçoso, que não se esforça em melhorar. Isso só agrava o quadro do paciente.  No entanto, o primeiro passo é consultar um profissional para fazer um diagnóstico preciso, o que nem sempre é fácil, devido a variedade de sintomas. Este profissional pode ser um médico ou um psicólogo clínico.

Classificação

A Depressão Maior é classificada quanto a intensidade e complexidade, de acordo com o DSM-V. Aqui citaremos apenas as mais relevantes para o leigo:

  • Leve;

  • Moderada;

  • Grave;

  • Com características psicóticas;

Sintomas

 

Os sintomas abaixo devem estar presentes na maior parte do dia e em vários dias.

  • Humor deprimido (sente-se triste, vazio, sem esperança)

  • Quase sem interesse ou sem prazer em todas ou quase todas as atividades;

  • perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta;

  • Insônia ou muito sono;

  • Agitação ou retardo psicomotor (lentidão em falar, andar, pensar...);

  • Fadiga ou perda de energia;

  • Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva;

  • Dificuldade de se concentrar ou de pensar ou indecisão;

  • Pensamentos recorrentes de morte;

Origem / Causas prováveis

 

A depressão pode ter origem em causas orgânicas e/ou psicológicas. A seguir algumas possibilidades:

 

Causas orgânicas

  • Genéticas;

  • Desequilíbrio bioquímico no cérebro, nível rebaixado de neurotransmissores (noradrenalina, dopamina e serotonina);

  • Alguma lesão cerebral;

  • Uso de alguns medicamentos no tratamento cardíaco, depressores do sistema nervoso central, corticosteroides, anticonvulsivantes, algumas drogas para dormir, algumas drogas usadas em quimioterapia, dentre outras;

  • Uso de álcool ou drogas ilícitas. 

  • Alterações hormonais (corticotrofina, cortisol, estrogênio, progesterona e T4). A deficiência de alguns desses hormônios podem interferir na ação da serotonina, que está relacionada com a sensação de bem-estar e é um dos objetivos dos tratamentos medicamentosos aumentá-la.

Causas psicológicas

  • Algum outro transtorno pode ter desencadeado, como Síndrome de Pânico, Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC), Fobia Social, dentre outros;

  • Existência de algum transtorno de personalidade. Neste caso a psicoterapia deve ser feita para esse transtorno, sendo a duração do tratamento mais longa;

  • Ter sofrido algum trauma antes de desenvolver a depressão, tipo: morte de parente próximo, achar ou ter conhecimento que está com doença muito grave ou incurável em si ou em seus afetos, perda de emprego, perdas financeiras ou qualquer tipo de desilusão;

  • Dificuldade no relacionamento conjugal ou com filhos;

  • Incerteza quanto ao futuro;

  • Sentimentos de menos valor;

  • Sentimento de culpa;

  • Não se sentir amado ou importante;

  • Solidão;

  • Crenças negativas muito fortes.

Tratamento


Devido a possibilidade de haver causas orgânicas é importante que no início do tratamento isso seja avaliado por um médico qualificado. Embora a psicoterapia seja sempre muito útil, pode não ser suficiente se a depressão for originada por alguma doença física. Neste caso o médico saberá indicar a medicação correta. 
Milton Erickson afirmava que o modo pelo qual o paciente causa depressão em si próprio pode ser usado para curar sua depressão. Isso faz parte de nosso trabalho psicoterápico.
 

Psicoterapia

Após avaliação clínica e não sendo constatada nenhuma causa orgânica ou já esteja sendo tratada, resta então avaliar as questões psicológicas envolvidas e tratá-las. Então vejamos, didaticamente, como a psicoterapia pode atuar. Pode haver, no entanto, outras questões que não estejam relacionadas. 

  • Sendo a depressão causada por algum outro transtorno, inicia-se o tratamento através dele e, após resolvê-lo, a depressão terá ido embora;

  • Quando se está diante de algum transtorno de personalidade relacionado a depressão, temos que realizar a psicoterapia  deste transtorno primeiramente.

  • Se a depressão tiver sido causada por algum trauma físico ou psicológico temos utilizado com sucesso o Brainspotting, o EMDR e a hipnose.

  • Se a causa for dificuldades de relacionamento conjugal ou com os filhos, pode-se trabalhar com a abordagem ericksoniana, auxiliada, eventualmente, pelas abordagens citadas acima.

  • Nas incertezas relacionadas ao futuro, bem como com sentimentos de culpa, não se sentir amado ou importante, se sentir sozinho etc., trabalhamos a dessensibilização desses sentimentos com técnicas cognitivas e comportamentais, acrescida de projeção ao futuro com a hipnose, Brainspotting ou EMDR. 

  • Com sentimentos de menos valor se trabalha a autoestima com a abordagem ericksoniana. Também se pode fazer uso do EMDR, Brainspotting ou hipnose.

  • Para elaboração das crenças negativas utiliza-se a TCC - Terapia Cognitivo-comportamental, Abordagem Ericksoniana, EMDR ou Brainspotting. 

 

Bibliografia

  1. ARASI, Diana et al. Trauma e EMDR – Uma nova abordagem terapêutica. Brasília: Nova Temática, 2007.

  2. DSM-5 – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. trad. Maria Inês Corrêa Nascimento; – 5ª ed.– Porto Alegre: Artmed, 2014.

  3. GRAND, David. Cura emocional em velocidade máxima – o poder do EMDR (dessensibilização e reprocessamento através dos movimentos oculares). Brasília: Editora Nova Temática. 2007.

  4. LEVINE, Peter A. O Despertar do Tigre – curando o trauma. São Paulo: Summus, 1999.

  5. ROBLES, Teresa. Concerto para quatro cérebros em psicoterapia. Tradução de Manuel Angel Valencia Rodrigues. Belo Horizonte: Editorial Diamante, 2001.

  6. ROSSI, Ernest Lawrence Ph.D. A Psicobiologia da cura mente-corpo. Tradução de Ana Rita P. de Moraes. Campinas: Editorial Psy, 1997.

  7. SHAPIRO, Francine. EMDR – Dessensibilização e reprocessamento através dos movimentos oculares. Brasília: Editora Nova Temática, 2007.

  8. TenDan, Hans. Cura Profunda. São Paulo: Summus, 1997.

  9. YAPKO, Michael D. Compreendendo a depressão: 75 perguntas e respostas/Michael D. Yapko; tradução de Ângela de Oliveira Castro. Belo Horizonte: Diamante, 2007.

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